Review – Mortal Kombat 1

Por Wesley Bonato

Um novo começo, mas com bons e velhos hábitos

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O “INÍCIO” DE TUDO

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Mortal Kombat 1 tem uma proposta ousada, rebootar a franquia seguindo os acontecimentos do game prévio, bem como dar um novo fôlego à narrativa da consagrada série de jogos da NetherRealm Studios. Mas como será que a nova entrada da franquia se sai? será que a continuação do sucesso de 2019 consegue manter o nível altíssimo de seu antecessor no mundo dos fighting games? 

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O PONTO DE PARTIDA

O lançamento de Mortal Kombat 1 trouxe consigo uma série de expectativas e surpresas para os fãs ávidos da franquia. Com uma narrativa que mistura elementos de continuação e reinicialização, o jogo marca o início de um novo capítulo na saga, mas não sem seus altos e baixos.

A história do jogo continua diretamente a partir dos eventos finais da expansão “Aftermath” de Mortal Kombat 11. Liu Kang, agora deus do trovão e do fogo, substituindo Raiden, decide usar seus poderes cósmicos para recriar o universo que o rodeia. Assim, o universo de Mortal Kombat 1 começa do zero, com personagens icônicos que não têm memória dos acontecimentos anteriores, pois tudo foi reiniciado. Esta abordagem oferece uma oportunidade única para os jogadores explorarem uma nova versão do mundo de Mortal Kombat e seus diferentes reinos.

ALTOS E BAIXOS NA TRAMA

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A história de Mortal Kombat 1 é contada de forma cinematográfica, com cenas de ação e diálogos entre os personagens, seguindo o estilo estabelecido com sucesso pela NetherRealm desde Mortal Kombat vs DC Universe e destacado em Mortal Kombat 9. Essa abordagem combina narrativa envolvente com momentos de luta frenética, característicos da série Mortal Kombat, engajando o jogador em suas diversas subtramas cheias de reviravoltas e acontecimentos marcantes, ainda mais com as notáveis melhorias gráficas no game.  

No entanto, apesar de seus muitos méritos, Mortal Kombat 1 não é imune a críticas. O jogo tenta abraçar um conceito popular da cultura pop atual, e especialmente na segunda metade da campanha, a trama acaba sendo meio “atropelada”, com diálogos questionáveis e um desfecho que pode ser considerado insatisfatório para alguns. A tentativa de tornar a história grandiosa acaba saindo pela culatra, resultando em momentos que parecem excessivamente exagerados.

Contudo, apesar dos pontos baixos, a campanha acaba sendo extremamente divertida, sendo você um especialista em jogos de luta ou simplesmente um jogador casual, ainda mais com a adição dos lutadores kameo, uma mecânica bem interessante, que será melhor exposta abaixo. 

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS, OU KAMEOS DEIXAM A GAMEPLAY MUITO MAIS FRENÉTICA E DIVERTIDA

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Em Mortal Kombat 1, os embates quase sempre ocorrem em dupla, com um personagem principal e um parceiro (lutador kameo) que pode ser convocado com um botão específico para aplicar golpes ou ajudar em combos. O que torna isso ousado é que os kameos não são jogáveis nos modos principais, apenas atuam como suporte nesse sistema de parcerias.

Em Mortal Kombat 1, as combinações entre lutadores do elenco principal e do elenco de assistência são tão numerosas que é praticamente impossível encontrar algum lutador totalmente “inútil”. Embora alguns personagens sejam mais intuitivos do que outros, a presença de uma assistência sempre fortalece o personagem principal. A chave está em identificar o parceiro ideal para o estilo de jogo que você deseja, seja você fã de Subzero, Kitana ou Scorpion, há sempre uma assistência que complementa e realça as habilidades do personagem principal.

O modo de parcerias em Mortal Kombat permite ativar habilidades especiais usando o botão R1 no PlayStation ou seu equivalente em outros controles. É possível combinar o R1 com comandos direcionais para que seu parceiro execute golpes especiais ou com o R2 para interromper combos inimigos. Os parceiros não têm energia própria e seus golpes podem ser interrompidos se o personagem principal for atingido pelo adversário.

O sistema de parcerias (kameos) de Luta em Mortal Kombat 1 é uma aposta ousada, pois envolve personagens queridos pelo público, como Cyrax, Sektor, Kano, Goro, Jax e Frost, que acabam por serem exclusivos deste modo, o que pode desapontar os fãs destes icônicos personagens. No entanto, personagens como Scorpion e Sub-Zero ainda podem ser usados em lutas tradicionais. Apesar das possíveis críticas, essa abordagem é uma inovação excelente e torna as lutas muito mais divertidas e estimulam a criatividade do jogador ao executar seus kombos.

UMA BREVE ANÁLISE DO MODO INVASÕES

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O modo Invasões em Mortal Kombat 1, uma combinação de RPG com jogo de tabuleiro, tentou inovar, mas acabou sendo uma má substituição para a Kripta, que alcançou seu ápice em Mortal Kombat 11. Este modo apresenta um ciclo de gameplay tedioso, desinteressante e por muitas vezes altamente repetitivo. A premissa envolve enfrentar versões malignas e poderosas de personagens da franquia, vindas de outra realidade, em várias “mesas/tabuleiros” que reproduzem cenários do jogo. No entanto, a execução de Invasões deixa a desejar, com progressão lenta, visão limitada, repetição de inimigos e recompensas pouco satisfatórias. 

Em resumo, o modo Invasões de Mortal Kombat 1 tinha um potencial interessante com seu sistema de níveis, evolução de personagens e elementos de RPG, incluindo uma tabela de danos elementais. No entanto, esse potencial foi desperdiçado devido a uma progressão travada, exploração lenta do mapa, visão restrita dos cenários, lutas repetitivas contra um pequeno grupo de inimigos e uma sensação de recompensa quase inexistente.

DESEMPENHO E VISUAIS

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Mortal Kombat 1 apresenta gráficos espetaculares com cenários ricamente detalhados e efeitos de iluminação deslumbrantes, elevando a qualidade já estabelecida em MK 11. Apesar da tendência de avanços gráficos cada vez menores em jogos devido ao alto nível de fotorrealismo, MK 1 consegue superar seu antecessor de forma sutil, mas notável. Além disso, o jogo é tecnicamente bem sólido, com poucas quedas na taxa de quadros ou resolução, especialmente no Xbox Series S. As opções de personalização dos lutadores, incluindo trajes, cores e acessórios, são excelentes e tradicionais na série, embora o modo Invasões seja uma opção tediosa para desbloqueios.

VEREDITO

Em suma, Mortal Kombat 1, apesar de seus problemas na história e no modo Invasões, mantém a qualidade da franquia em termos de gameplay, especialmente com a adição dos personagens Kameo, que tornam as lutas mais dinâmicas e divertidas do que em Mortal Kombat 11. Os gráficos e tutoriais continuam excelentes, e o modo online é estável, embora a falta de cross-play no lançamento seja uma desvantagem. Em resumo, o jogo é divertido, bem feito e visualmente impressionante, destacando-se como uma adição memorável na série, apesar dos problemas narrativos. 

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Mortal Kombat 1 estará disponível para PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox Series S/X e PC no dia 19/09/2023

Confira o site oficial

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