AMD anuncia nova microarquitetura UDNA para desafiar o reinado da NVIDIA

A disputa pelo mercado de placas gráficas anda bastante desbalanceada ultimamente, e a favor da NVIDIA, mas a AMD quer deixar essa disputa mais acirrada do que nunca! A AMD, anunciou um movimento estratégico para desafiar o domínio da Nvidia, o anuncio foi feito por Jack Huynh, vice-presidente sênior, durante a IFA 2024 em Berlim. O movimento estratégico é a unificação das arquiteturas RDNA e CDNA em uma nova microarquitetura chamada UDNA. Essa mudança visa enfrentar o ecossistema CUDA da Nvidia de maneira mais eficaz, mais cedo, o próprio Jack, já havia anunciado que a AMD não quer competir com as RTX 5080 e 5090 com o desenvolvimento de placas gráficas de alto desempenho, focando mais no mercado de baixo e médio custo, com essa estratégia a AMD procura aumentar sua participação de mercado.

A decisão de unificar as arquiteturas surge após a separação em 2019, quando a AMD dividiu sua microarquitetura gráfica em RDNA, voltada para o mercado consumidor, e CDNA, destinada a cargas de trabalho de computação em data centers. Huynh destacou a necessidade de simplificar o desenvolvimento para milhões de desenvolvedores, tornando o processo mais eficiente e reduzindo a complexidade.

Jack Huynh, concedeu uma entrevista a Paul Alcorn da Tom’s Hardware, confira abaixo o trecho da conversa onde falam sobre essa unificação das arquiteruras.

Jack Huynh [JH], AMD: Então, parte de uma grande mudança na AMD é que hoje temos uma arquitetura CDNA para nossas GPUs Instinct de data center e RDNA para o material de consumo. É bifurcado. No futuro, chamaremos de UDNA. Haverá uma arquitetura unificada, tanto Instinct quanto cliente [consumidor]. Vamos unificá-la para que seja muito mais fácil para os desenvolvedores em comparação com hoje, onde eles têm que escolher e o valor não está melhorando.

Nós a bifurcamos porque você obtém as sub-otimizações e as micro-otimizações, mas então é muito difícil para esses desenvolvedores, especialmente à medida que estamos crescendo nosso negócio de data center, então agora precisamos unificá-la. Isso tem sido parte disso. Porque lembra o que eu disse antes? Estou pensando em milhões de desenvolvedores; é onde queremos chegar. O primeiro passo é chegar às centenas, milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares e, esperançosamente, um dia, milhões. É isso que estou dizendo à equipe agora. É essa escala que temos que construir agora.

Tom’s Hardware [TH], Paul Alcorn: Então, com a UDNA reunindo essas arquiteturas novamente, tudo isso ainda será compatível com a divisão RDNA e CDNA?

JH: Então, uma das coisas que queremos fazer é… cometemos alguns erros com o lado RDNA; cada vez que mudamos a hierarquia de memória, o subsistema, tem que redefinir a matriz nas otimizações. Eu não quero fazer isso.

Então, daqui para frente, estamos pensando não apenas no RDNA 5, RDNA 6, RDNA 7, mas no UDNA 6 e UDNA 7. Planejamos as próximas três gerações porque, uma vez que obtenhamos as otimizações, eu não quero ter que mudar a hierarquia de memória, e então perderemos muitas otimizações. Então, estamos meio que forçando essa questão sobre compatibilidade total para frente e para trás. Fazemos isso no Xbox hoje; é muito viável, mas requer planejamento avançado. É muito mais trabalho a fazer, mas é a direção que estamos seguindo.

PA: Quando você traz isso de volta para uma arquitetura unificada, isso significa, só para ficar claro, que uma GPU de desktop teria a mesma arquitetura que um equivalente MI300X no futuro? Correto?

JH: É uma estratégia de nuvem para cliente. E acho que isso nos permitirá ser muito eficientes também. Então, em vez de ter duas equipes fazendo isso, você tem uma equipe. Não estamos fazendo algo tão louco, certo? Nós a bifurcamos porque queríamos micro-otimizar a curto prazo, mas agora que temos escala, temos que unificar de volta, e acredito que é a abordagem correta. Pode haver alguns pequenos solavancos.

PA: Então, essa fusão, quanto tempo levará? Quantas mais gerações de produtos antes de vermos isso?

JH: Ainda não divulgamos isso. É uma estratégia. Estratégia é muito importante para mim. Acho que é a estratégia certa. Temos que garantir que estamos fazendo a coisa certa. Na verdade, quando conversamos com desenvolvedores, eles adoram porque, novamente, têm todos esses outros departamentos dizendo a eles para fazerem coisas diferentes também. Então, eu preciso reduzir a complexidade.

[…] Do ponto de vista do desenvolvedor, eles adoram essa estratégia. Eles realmente gostariam que tivéssemos feito isso mais cedo, mas não posso mudar o motor quando um avião está no ar. Tenho que encontrar a maneira certa de definir isso para não quebrar as coisas.

A nova estratégia busca garantir compatibilidade futura e retroativa, evitando mudanças desnecessárias na hierarquia de memória que possam comprometer as otimizações. Embora Huynh não tenha especificado uma data de lançamento para a UDNA, ele enfatizou a importância de uma abordagem unificada para competir com a Nvidia, especialmente no mercado de inteligência artificial.

A AMD enfrenta desafios significativos, como a crítica à eficácia da pilha de software ROCm e a necessidade de otimizações para operações tensorais, essenciais para o trabalho de IA, área onde a NVIDIA mais abriu vantagem em relação à AMD. A introdução da UDNA é vista como um passo lógico para competir com a CUDA.

Na notícia anterior, comentei que a AMD apesar de dizer que estava focada no mercado de baixo e médio custo, faltava deixar mais claro quais seriam suas ações, agora eles começaram a revelar como pretende enfrentar de fato a NVIDIA.

A ideia de unificar esforços em uma única arquitetura parece lógica e boa, com todo o time focado em apenas “um” produto e em um processo de evolução mais constante e coeso, acredito que isso possa dar bons resultados para a AMD, mas assim como toda grande mudança, isso também traz novos desafios, principalmente em um primeiro momento.

Então a imagino que, veremos o que realmente a nova microarquitetura chamada UDNA pode oferecer ao longo dos próximos anos. O que nos faz pensar que a próxima linha de GPUs da AMD, a série RX 8000 possa não ser tão empolgante.

De qualquer forma, é bom ver que a AMD não está acomodada na posição em que está e que tem estratégias e novas ideias para rivalizar com a NVIDIA. Torço para o sucesso das GPUs da AMD, assim como também gostaria de ver a Intel forte nesse segmento, quanto mais empresas fortes concorrendo, melhor para os consumidores.

Resta saber se a aposta da AMD na UDNA será suficiente para bater de frente com a Nvidia e conquistar o mercado de GPUs. E você, o que acha sobre os movimentos anunciados pela AMD, serão suficientes para abalar o reinado da NVIDIA, deixe sua opinião nos comentários.

 

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