Por Wesley Bonato
Mais um bom lançamento da Ubisoft, mas muito longe de seus concorrentes ao longo do ano, excelentes visuais e ambientação não compensam a falta de inspiração na narrativa do game.
CAMPANHA
Avatar: Frontiers of Pandora é a tentativa audaciosa da Ubisoft de dar vida ao mágico universo de Pandora, explorando a amada franquia Avatar de James Cameron em forma de game. Embora tenha suas boas intenções, o jogo nem sempre alcança as expectativas, decepcionando com alguns bugs, mas que servem até como um bom alívio cômico de vez em quando. A história, que envolve a luta contra invasores humanos ao lado dos clãs Na’vi, pode parecer um pouco familiar para quem já jogou outros títulos da Ubisoft, mas ainda tem seus momentos encantadores e de tirar o fôlego. Em vez de uma narrativa profundamente envolvente, o jogo passa mais uma sensação de uma aventura extremamente divertida por um parque temático de Jurassic World, entre outras produções da Disney.
JOGABILIDADE
A Massive Entertainment realmente caprichou na parte visual, retratando Pandora de uma forma deslumbrante, com visuais lindíssimos. Contudo, a jogabilidade de Avatar: Frontiers of Pandora nem sempre acompanha esse esplendor visual. Às vezes, pode parecer um pouco repetitiva e até constrangedora, especialmente quando o jogo tenta inovar e acaba trazendo mais do mesmo, similar a muitos títulos da franquia Far Cry, da mesma publisher. O combate, embora tenha seus momentos frenéticos, poderia ser mais envolvente, considerando o vasto universo de possibilidades do universo de Avatar. Entretanto, ainda que com alguns tropeços, ainda há algo mágico e intrigante em explorar esse mundo coloridíssimo, coletar recursos e criar equipamentos, mas, às vezes, parece que estamos apenas cumprindo uma lista de missões secundárias em preparação para algo bem maior.
GRÁFICOS E AMBIENTAÇÃO
É bom dar crédito onde lhe é devido: os gráficos de Avatar: Frontiers of Pandora são incríveis, cortesia da Massive Entertainment. Desde a menor folha na floresta tropical até as majestosas montanhas flutuantes, tudo é visualmente impressionante, tornando a experiência muito mais imersiva. As cenas que mostram a lua Pandora são de tirar o fôlego e mostram o cuidado colocado no desenvolvimento visual e ambientação. No entanto, assim que você sai da base inicial da RDA, percebe que a beleza do game não compensa pelos momentos não tão inspirados da campanha.
DESEMPENHO
O desempenho de Avatar: Frontiers of Pandora é bem sólido no PC (plataforma em que esta análise foi elaborada), proporcionando uma experiência de jogo fluida. No entanto, a falta de clareza em alguns aspectos do jogo, como a criação de equipamentos e a progressão de níveis, pode levar a momentos de estagnação, bem como a queda de desempenho. Às vezes, alguns engasgos na taxa de quadro são perceptíveis mesmo em GPUs mais potentes, que é o caso da nossa 4070ti. Este problema, no entanto, parece ser mais uma consequência da falta de uma compilação de shaders mais consistente e eficaz.
CONCLUSÃO
Em suma, Avatar: Frontiers of Pandora está longe da perfeição, mas tem seus momentos encantadores e divertidíssimos. É uma pena que a campanha nem sempre consiga capturar toda a profundidade e magia da franquia Avatar. Parece que, em alguns aspectos, a Ubisoft perdeu a mensagem ambiental e social tão importante nos filmes. Mesmo assim, há algo especial em explorar este mundo incrível. Talvez não seja a obra-prima que esperávamos, mas ainda é uma jornada que vale a pena para os fãs da franquia, e mais um bom lançamento deste ano.